O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, liberou a entrega de sistemas antimísseis Patriot e outros armamentos americanos por parte de países europeus para a Ucrânia e a aplicação de sanções secundárias com tarifas de 100% contra a Rússia dentro de 50 dias, se não houver um cessar-fogo.
Os Estados Unidos importaram apenas US$ 3 bilhões da Rússia no ano passado. O impacto será muito maior nas sanções secundárias, também anunciadas por Trump, que atingiriam os países que importam produtos russos.
É o caso do Brasil, cujas importações de produtos russos somaram US$ 12,2 bilhões no ano passado. Isso representou um aumento em relação a 2023, primeiro ano do governo Lula, quando as importações foram de US$ 7,8 bilhões.
No primeiro ano da invasão em grande escala da Ucrânia, e último ano de governo de Jair Bolsonaro, em 2022, as importações brasileiras de produtos russos também somaram US$ 12,2 bilhões — um aumento de 140% sobre o ano anterior, que foram US$ 5,7 bilhões.
Ao longo da crise, o ditador russo, Vladimir Putin, tem contado com aliados no Palácio do Planalto. Oito dias antes da invasão, Bolsonaro visitou Putin em Moscou e disse: “Somos solidários à Rússia”. Mais de 100 mil soldados russos se concentravam na fronteira com a Ucrânia.
Os produtos russos mais importados pelo Brasil são: óleo diesel, gasoil, outros óleos derivados de petróleo, fertilizantes e minérios para fertilizantes. A Rússia importa bem menos do Brasil do que exporta.
Os principais parceiros comerciais da Rússia são a China, que importou US$ 130 bilhões de produtos russos no ano passado, e a Índia, US$ 66 bilhões — dois outros membros do Brics, assim como o Brasil. A União Europeia como bloco importou US$ 39,5 bilhões em produtos russos em 2024, predominantemente combustíveis e minérios.
Há dúvidas sobre se Trump imporá efetivamente a tarifa de 100% e as sanções secundárias. Em 50 dias, o presidente americano pode mudar de ideia, ou Putin pode dar a impressão de ter concordado com um processo de paz para evitar a punição.
