Uma denúncia feita no Ministério Público do Espírito Santo (MPES), no último dia 15 de maio, acusa o vereador de Vitória, Anderson Goggi (PP), de destinar parte do pagamento dos funcionários de seu gabinete a João Gabriel Coutinho Maciel, conhecido como João do Gás, preso em dezembro de 2022, por tráfico de drogas.
Na denúncia, foi anexado um áudio, no qual um ex-assessor de Goggi garante que João do Gás teria financiado a campanha dele à Câmara Municipal, em 2020.
No áudio, o ex-assessor afirma que, pelo menos, quatro funcionários que atuam no gabinete de Goggi foram designados por João do Gás, como uma espécie de compromisso de campanha.
Na gravação, o ex-assessor diz ainda que todo dia 20 de cada mês, João do Gás ia pessoalmente ao gabinete, com uma máquina de cartão de cartão de crédito, para receber os pagamentos.
Por meio de nota, o vereador Anderson Goggi negou as acusações. Confira a nota na íntegra:
“O vereador Anderson Goggi nega todas as acusações e reforça a surpresa com que recebeu o vídeo contendo as falas de um antigo assessor. Segundo Goggi, a suposta denúncia nada mais é do que uma fake news, tendo em vista que nunca teve envolvimento com nada citado no áudio. Reforço ainda que, após o vereador ter conhecimento do vídeo, procurou a Delegacia de Polícia para o registro de um boletim de ocorrência em face dos supostos autores, entre eles o atual secretário de cultura de Vitória, Luciano Gagno, apontado pelo próprio Gilson Barcelos Gomes como o autor da gravação. Por fim, Anderson Goggi afirma que segue focado no mandato de vereador e ciente que, após a repercussão de seu nome nos últimos dias, poderia ser alvo de absurdas acusações.”
O secretário municipal de cultura Luciano Gagno contesta a acusação de Goggi.
“Na verdade quem está sendo vítima de fake news por parte do vereador Anderson Goggi sou eu. O fato dele almejar o cargo que estou exercendo justifica essa tentativa leviana de envolver meu nome. O que posso sugerir, é que o sigilo bancário dos funcionários do gabinete dele seja aberto, para esclarecer essa questão”, disse Gagno.
Cultura
Ao longo desta semana, foi noticiado que o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), teria convidado Goggi, para compor o primeiro escalão da sua gestão.
Goggi é o único vereador do PP em Vitória e, embora não seja oposição direta à Pazolini, não chega a ser aliado da base do prefeito.
Em troca de seu apoio à Pazolini, Goggi teria exigido um cargo como Secretário Municipal, além da autonomia para montar sua equipe de assessores. O vereador exigiria ainda mais um cargo de alto escalão para seu suplente na cadeira da Câmara, Baiano do Salão (PTB), que assume, caso ele consiga um cargo no Executivo.
Vale ressaltar que Goggi, por ser pré-candidato a reeleição, só poderia ficar a frente de uma secretaria até abril de 2024, já que por Lei, não poderia exercer cargo de ordenador de despesas, durante período eleitoral.
Ele declarou a jornalistas o seu interesse pela pasta da Cultura e disse que seu foco seria o Carnaval. Goggi defende que o poder público deve investir mais dinheiro.
Goggi teria dado um prazo a Pazolini, até a próxima sexta-feira (26), para que decida se atende ou não suas exigências.







