Parlamentares da base do governo intensificaram a pressão para alterar a condução do projeto antifacção relatado pelo deputado Derrite. Nos bastidores, líderes governistas avaliam que o relatório apresentado tem pontos sensíveis e pode ampliar conflitos entre Estados e União, além de restringir atuações consideradas essenciais nas investigações federais.
Segundo integrantes da base, as mudanças incluídas por Derrite ao longo da última semana não foram suficientes para reduzir as preocupações. O grupo argumenta que o texto continua criando limitações operacionais e abre brechas para questionamentos jurídicos. Por isso, alguns deputados passaram a defender que outro parlamentar assuma a relatoria, capaz de fazer uma revisão mais ampla do projeto.
Embora a troca de relator não seja consenso, o movimento ganhou força após reuniões internas nas quais foram listados os trechos que, na visão dos governistas, podem dificultar a atuação de órgãos federais em operações contra facções. Parte deles também considera que o texto atual não reflete acordos preliminares discutidos com o governo.
A pressão levou lideranças partidárias a pedir novo adiamento da votação para permitir negociações adicionais. A avaliação é que, sem ajustes, o projeto pode sofrer resistência tanto na Câmara quanto em eventuais análises posteriores no Judiciário.
O impasse deve prolongar as conversas nas próximas semanas, enquanto o governo tenta unificar sua base e busca alternativas para evitar um desgaste maior em torno da proposta.
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress





