Um estudo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) mostrou que, das 368 gestantes entrevistadas (das quais 118 já estavam no terceiro trimestre), 63,6% não receberam quaisquer orientações sobre a amamentação durante o pré-natal.
Não foram feitas perguntas em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS), portanto não houve distinção entre o serviço de acompanhamento pré-natal público e particular durante a coleta dos dados.
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A pesquisa de mestrado, desenvolvida no Programa da Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), teve como objetivo principal avaliar o conhecimento de futuras mães sobre o aleitamento materno.
O estudo foi realizado por Camila Bruneli do Prado e foi orientado oelos professores Luciane Bresciani Salaroli e Edson theodro dos Santos Neto.
Recorte
O estudo aconteceu durante a Pandemia de Covid-19. Os dados foram coletados por meio de um questionário on-line, que foi divulgado através de um convite com o link de acesso no Facebook, Instagram e WhatsApp.
Gestantes de 45 de municípios de todas as regiões capixabas responderam ao questionário.
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Conhecimento sobre aleitamento materno
Revelou-se o desconhecimento e a falta de informação sobre questões extremamente relevantes para a saúde do bebê e da mulher durante a gravidez.

Em relação ao aleitamento materno, a maioria das gestantes investigadas respondeu não receber nenhum tipo de orientação sobre o assunto durante o acompanhamento pré-natal, mesmo realizando o número de consultas indicado pelo Ministério da Saúde.
Ainda sobre o manejo da amamentação, o tópico menos conhecido pelas entrevistadas foi a restrição para amamentar e ser HIV/HTLV positivo.
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Apesar disso, a pesquisa conseguiu identificar conhecimentos e informações importantes que a maior parte das mães entrevistadas mostrou possuir.
Cerca de 94,1% das entrevistadas tinham ciência acerca de tópicos sobre a sucção do bebê, o aumento na produção de leite e o tempo ideal de aleitamento materno exclusivo.
Alimentação saudável e gestação
A pesquisa adaptou, no questionário para as gestantes, os “Dez passos para alimentação saudável” do Ministério da Saúde, publicado no Guia Alimentar da População Brasileira.
Com a proposta dos “Dez passos para alimentação saudável no pré-natal”, a pesquisa revelou que 78,5% das gestantes seguiam apenas de 3 a 5 passos.
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Orientação
O estudo concluiu que, ao receber informações nutricionais durante o pré-natal e ter conhecimento acerca da existência da cartilha do Ministério da Saúde, as gestantes passaram a aderir às orientações do órgão.
Recebendo essas orientações, houve um aumento na adesão às recomendações de “limitar o consumo de alimentos processados (passo 4)”, “(passo 5) evitar o consumo de alimentos ultraprocessados” e “(passo 9) planejar as compras e refeições”.
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O estudo foi capaz de demonstrar a importância das orientações para as gestantes durante o pré-natal. Destacou-se a necessidade de políticas públicas capazes de interferir em fatores que podem ser modificados e melhorados relacionados à alimentação saudável e ao manejo da amamentação.
Como comprova a pesquisa do PPGSC, quando se têm fontes ativas capazes de informar e conscientizar adequadamente a população, é possível contornar o problema.







