O Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) deu início à implementação de uma tecnologia inovadora no Sistema Único de Saúde (SUS), voltada para a detecção do Papilomavírus Humano (HPV), principal causador do câncer de colo de útero. Por meio de testes moleculares utilizando o método PCR, a iniciativa busca aumentar o rastreamento da doença e possibilitar diagnósticos precoces.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Espírito Santo registra cerca de 260 novos casos de câncer de colo de útero anualmente, além de apresentar a maior taxa de mortalidade da região Sudeste, com 5,12 óbitos por 100 mil habitantes. A médica patologista Ana Maria Gonçalves Cruz, responsável pela pesquisa, ressaltou a relevância do PCR em tempo real para aprimorar a precisão do rastreio e, consequentemente, facilitar tratamentos mais eficazes.
Os estudos tiveram início em fevereiro de 2023, com foco na Região Sul de Saúde, que possui a maior taxa de mortalidade pela doença. O Lacen/ES já começou os testes, atendendo cerca de 25 mil mulheres acima de 30 anos nessa área, priorizando os cinco municípios com as maiores taxas de mortalidade.
A nova tecnologia está alinhada às diretrizes da Organização Mundial da Saúde e foi recentemente integrada às políticas públicas do Ministério da Saúde, visando a triagem de mulheres a partir dos 30 anos. Os testes incluem a detecção do DNA do HPV, que pode indicar a necessidade de exames adicionais, como citologia ou biópsia, para um diagnóstico mais preciso.
Samilla Figueira, superintendente da Regional Sul de Saúde, acredita que a inclusão dessa tecnologia contribuirá para a melhoria dos indicadores de saúde na região. Para preparar os profissionais, a Superintendência realizou um treinamento online, envolvendo 168 médicos e enfermeiros dos 26 municípios da área.







