A assistência ao parto no Brasil tem mostrado progresso importante, com redução significativa de práticas como episiotomia (o corte no canal vaginal) e a manobra de Kristeller (quando o profissional empurra o abdômen da gestante para acelerar o parto), tidas atualmente como intervenções desnecessárias e potencialmente perigosas.
Essas intervenções caíram de forma expressiva nos últimos anos, especialmente no SUS, onde ambos os procedimentos passaram de quase metade dos partos e hoje ocorrem em apenas uma pequena fração dos casos. No setor privado, a queda também foi marcante — o uso dessas práticas caiu para níveis mínimos. Além disso, o número de mulheres que puderam se movimentar, se alimentar e optar por posições verticais durante o parto cresceu, sinalizando uma mudança cultural que valoriza a humanização e o acolhimento durante o parto.
Apesar desses avanços, o cenário do pré-natal ainda apresenta falhas preocupantes. Embora quase todas as gestantes tenham recebido atendimento, muitos itens básicos não foram garantidos:
* Menos de um terço tiveram aferição regular da pressão arterial ou exames de glicemia;
* Índice de prescrição de ácido fólico — essencial para o desenvolvimento neurológico do bebê — permanece baixo;
* A vacinação contra tétano e hepatite B, recomendada durante a gestação, foi feita em apenas cerca de 32% das mulheres;
* Entre gestantes de alto risco, 75% não chegaram a ser atendidas por especialista, e 36% não tiveram a pressão arterial medida em todas as consultas.
Essas lacunas demonstram que, mesmo com melhorias no parto, os cuidados antecipatórios e preventivos ainda precisam ser fortalecidos para garantir segurança e bem-estar tanto à mãe quanto ao bebê.
 
	    	 
		    






