Pesquisadores identificaram que células “zumbis” — tecnicamente chamadas de senescentes — presentes na parede dos vasos sanguíneos podem estar relacionadas à piora do controle da glicose, contribuindo para o desenvolvimento do diabetes. Essas células não se dividem mais, mas permanecem vivas, liberando substâncias inflamatórias que afetam o metabolismo.
No estudo, feito com camundongos submetidos a uma dieta rica em gordura, os animais com maior acúmulo dessas células acabaram ganhando mais peso e apresentaram piora nos marcadores metabólicos. Quando os cientistas eliminaram essas células senescentes, os níveis de inflamação diminuíram e a glicemia se normalizou.
Para testar ainda mais, eles transplantaram células senescentes em camundongos saudáveis — o resultado foi um aumento dos níveis de glicose e o surgimento de resistência à insulina, como se fossem diabéticos.
Os pesquisadores usaram um composto chamado fisetina, que tem ação senolítica (ou seja, destrói células senescentes), e viram uma melhora nos níveis de açúcar em todos os animais tratados. Além disso, em tecido humano de pessoas obesas, a fisetina também reduziu sinais inflamatórios.
Essa descoberta abre caminho para novas estratégias de tratamento do diabetes, centradas na eliminação de células senescentes e não apenas no controle dos sintomas. Ainda serão necessários testes em humanos para confirmar a segurança e eficácia dessa abordagem — mas os resultados iniciais são promissores e mostram um novo ângulo para enfrentar a doença.





