A Ilha das Caieiras, tradicional ponto turístico de Vitória, conhecido pela gastronomia de frutos do mar e pelo pôr do sol que atrai visitantes o ano inteiro, agora tem um novo atrativo. Todos os domingos, às 16h, o violoncelista Daniel Silva, 22 anos, sobe em um barco e leva música ao vivo para quem acompanha o fim de tarde na orla. O projeto, chamado Som da Ilha, é gratuito e quer fortalecer a relação entre cultura, turismo e comunidade.
O projeto, batizado de Som da Ilha, nasceu de forma simples, mas carregado de significado. A ideia surgiu em uma conversa casual entre Daniel e Hudson, proprietário do tradicional restaurante Bombom Caieiras. “Eu estava correndo com minha namorada e resolvemos passar em frente à fábrica do bombom. O Hudson me viu, me chamou pra conversar e compartilhou comigo um sonho antigo: queria trazer pra Ilha algo como o saxofonista da Praia do Jacaré, em João Pessoa, que toca no pôr do sol e encanta turistas do Brasil inteiro”, conta o músico.
Morador da Grande São Pedro e criado na Ilha das Caieiras, Daniel não pensou duas vezes. “Aceitei na hora. Esse também era um sonho meu, desde a infância, inspirado pela minha mãe. Quando ela se foi, prometi pra mim mesmo que realizaria esse desejo: tocar no pôr do sol, no lugar onde nasci”, relembra, emocionado.
Mais do que uma apresentação musical, o Som da Ilha é uma homenagem às origens e uma forma de valorizar a paisagem, a cultura e a tradição da Ilha das Caieiras, que é hoje um dos principais pontos turísticos de Vitória. Famoso pela gastronomia de frutos do mar, pelas desfiadeiras de siri e pelo pôr do sol que é cartão-postal da cidade, o bairro agora ganha também uma experiência cultural inédita, que une música e turismo.
E os planos vão além. Daniel já trabalha na expansão do projeto, que deve ganhar em breve o nome de “Dan Convida”, uma proposta que pretende abrir espaço para outros artistas da própria comunidade e também de fora, ampliando a programação e fortalecendo a cena cultural do bairro.
“Quem mora na Ilha sabe da beleza que a gente tem aqui. E essa é uma forma de chamar a atenção, não só dos turistas, mas também dos próprios capixabas, pra olharem pra esse lugar com mais carinho, mais cuidado e mais orgulho”, reforça.3
