Durante a pandemia, a Biblioteca Pública Municipal Adelpho Poli Monjardim, localizada na Cidade Alta, em Vitória, teve que se reinventar para manter sua missão de incentivo à leitura. E conseguiu. A adaptação ao universo digital não apenas garantiu a continuidade das atividades, como também abriu novos caminhos para se aproximar do público.
A bibliotecária Elizete Caser, responsável pelo espaço, lembra que um dos principais desafios foi manter vivo o projeto Viagem pela Literatura, criado há mais de 30 anos. Para isso, as ações migraram para o ambiente online com contação de histórias, encontros virtuais com escritores, oficinas e apresentações teatrais baseadas em livros. “Criamos até um canal no YouTube para divulgar a literatura capixaba, com lives mensais com autores”, conta.
Com o tempo, parte das atividades passou a acontecer no formato híbrido, como é o caso do Clube da Leitura, criado durante a pandemia e que segue ativo. Os encontros ocorrem na última segunda-feira de cada mês, e os próprios participantes escolhem as obras a serem debatidas. Além disso, a biblioteca mantém cinco computadores com acesso à internet disponíveis para o público e informatizou todo o seu acervo por meio do sistema Pérgamo.
Ainda que a biblioteca esteja atenta aos avanços tecnológicos, Elizete destaca que o interesse pelos livros físicos permanece forte. Mesmo com a popularidade dos “kindles” dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) mostram que 56% dos leitores ainda preferem obras impressas. “As pessoas gostam de sentir o livro, de folhear, de escolher pela capa. O impresso proporciona um aconchego e favorece a compreensão do texto”, afirma a bibliotecária.
Atualmente, o espaço ainda não disponibiliza obras do seu acervo online, mas num futuro próximo esse pode ser um caminho a seguir. “Estamos aguardando parcerias para iniciar a digitalização de obras raras e especiais que ajudam a preservar a história e a memória do Espírito Santo”, explica Elizete. Em paralelo, a biblioteca conta com audiolivros oferecidos em parceria com a Fundação Dorina Nowill.

Para quem deseja pegar livros emprestados, o processo é simples: basta apresentar um documento com foto e comprovante de residência para fazer o cadastro. Cada título pode ser levado por 15 dias, com direito a renovação pelo mesmo período, feita por e-mail ou telefone. Em 2024, a biblioteca recebeu 4.062 visitantes e as atividades do Viagem pela Literatura reuniram mais de 9 mil participantes.
A Biblioteca Pública Municipal funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Muniz Freire, 23, no casarão Cerqueira Lima. O acervo conta com mais de 20 mil volumes, abrangendo diversas áreas do conhecimento. “Cada vez que uma pessoa abre um livro, ela abre uma janela para o mundo”, resume Elizete.







